Medicamentos e o conhecimento da Equipe de Enfermagem!!
A prática de administração medicamentosa é um processo complexo e multidisciplinar.
A segurança, efetividade e
a eficiência prestadas aos clientes, em uma unidade hospitalar, dependem da
organização dos processos envolvidos e da gestão do plano terapêutico.
O processo se inicia no
momento da prescrição médica, continua com a provisão do medicamento pela farmácia
e termina com o preparo e administração aos clientes. Essa condição determina
que essa prática seja exercida de modo seguro aos clientes e que os eventos
adversos sejam prevenidos. Assim, o enfermeiro deve conhecer todos os aspectos
e fases envolvidas para evitar danos ao cliente.
Algumas definições são
necessárias para o entendimento de evento adverso, dentre elas estão: reação
adversa que é definida como qualquer injúria devido à medicação em doses
normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de
uma enfermidade.
Erro de medicação é
definido como uma falha no processo, podendo ser na prescrição, dispensação,
preparo, administração e monitoramento.
Eventos adversos são considerados
como qualquer dano ou lesão causado ao cliente pela intervenção da equipe de
enfermagem, seja causado pelo uso ou não uso do medicamento quando necessário.
As principais
recomendações apresentadas pela American
Society of Hospital Pharmacists (ASHP)
para evitar os eventos adversos na medicação são: prescrição eletrônica,
utilização de código de barras para medicamentos e identificação do paciente(meta 1 da segurança do paciente),
dispensação por dose unitária, preparação de medicação intravenosa pela
farmácia, notificação de eventos adversos, interação multidisciplinar
(farmácia, médicos e enfermeiros) e revisão da prescrição por farmacêuticos.
A enfermagem é responsável
pelas últimas etapas que é o preparo e administração de medicamentos, podendo
detectar alguma falha e parar todo processo.
Os erros podem trazer prejuízos
diversos aos clientes, desde o aumento de sua permanência em um ambiente hospitalar,
necessidade de intervenção diagnóstica e terapêutica, até mesmo a morte. Além
de danos ao cliente, há, também, aspectos econômicos, como, aumento dos custos
das internações hospitalares.
Na ocorrência de um evento
adverso, o enfermeiro deve iniciar uma investigação criteriosa evidenciando
todos os detalhes, tais como, horário, pessoal envolvido, turno, tipo do evento,
estágio do processo que ocorreu e possíveis falhas no sistema a fim de corrigir
e preveni-los.
O papel da enfermagem é garantir
a segurança em todo o processo de administração medicamentosa ao cliente, e
para isto é preciso conhecer o processo e identificar os tipos de eventos e os
fatores de risco na ocorrência de falha na administração de medicamentos, a fim
de oferecer subsídios para prevenção desses eventos e para a implementação de
um processo sistematizado, que garanta a segurança do cliente e do profissional
que irá administrar o processo.
É responsabilidade do
profissional de enfermagem garantir a segurança no processo de uso de
medicamentos através de medidas preventivas, como conhecer o modo de ação dos
medicamentos e reações adversas dos mesmos. Assim, o código de ética do
profissional de enfermagem orienta que o profissional administre o medicamento com o conhecimento da ação da droga e de seus riscos.
O treinamento e a orientação da equipe devem ocorrer
periodicamente, e este é um papel do enfermeiro da educação continuada e permanente, além dos enfermeiros assitencias e administrativos.
A verificação das causas,
índices e consequências dos eventos adversos na administração de medicamentos
torna-se necessária para todas as instituições hospitalares, pois é através
destes dados que o sistema poderá tornar-se mais seguro. Para reduzir falha na
execução técnica é preciso utilizar algumas estratégias, como por exemplo,
utilizar sempre os 12 certos, como abordaremos em outra discussão. E o enfermeiro deve constantemente avaliar sua
equipe e levantar as dificuldades no momento do preparo das medicações.
Conclusão:
A educação permanente, atualizações, aprimoramento e reeducação para incrementar os conhecimentos adquiridos na formação básica curricular também auxiliam na redução das falhas.
É de suma importância a
participação do enfermeiro durante todo o processo desde a internação do
cliente no setor, conhecimento sobre a patologia, as medicações que serão
inseridas na prescrição médica, os eventos adversos que podem ocorrer e a reeducação
da equipe sempre que necessário, além de sanar as dúvidas da equipe.
Bibliografia:
Fakih
FT, Freitas GF, Secoli SR. Medicação: aspectos ético-legais no âmbito da
enfermagem. Rev Bras Enferm 2009; 62(1): 132-5;
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