domingo, 19 de junho de 2016

TAILÂNDIA SE TORNOU O PRIMEIRO PAÍS ASIÁTICO A ERRADICAR A TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV

Tailândia se torna primeiro país a erradicar a transmissão de HIV e sífilis de mãe para filho, segundo a Organização Mundial de Saúde de 7 de junho de 2016.
A Tailândia se utiliza de progresso para reduzir os casos novos destas patologias, utilizando-se de exames pré-natal em quase todas as mulheres grávidas, no momento 95%, permitindo a iniciação dos antirretrovirais em casos positivos de HIV, reduzindo a contaminação vertical.
Quantitativamente, através de estudos realizados, a contaminação vertical caiu de 3.000 casos da década de 90 para 86 em 2015, ou seja, 2% de contaminação entre mãe e filho.
Cuba se tornou o primeiro país a atingir tal objetivo no último ano. Junto com a Tailândia, Bielorrússia que eliminou a transmissão vertical de HIV e sífilis, Armênia do HIV, e Moldova da sífilis. Mundialmente, 220.000 novos casos de HIV em bebês foram registrados em 2012, e sífilis causaram a morte de 200.000 recém nascidos e prematuros em 2012.
Imigrantes trabalhadoras ou a procura de emprego, não são consideradas no quesito de avaliação devido medo de ter preconceitos ou perder a oportunidade de prover a família (fonte UNAIDS). Porém especialistas relatam que há aumento de novos casos de infecção entre gays e transgêneros, é uma preocupação constante das redes públicas, área que precisa ser melhorada simultaneamente com foco em trabalhos com usuários de drogas e profissionais do sexo que trabalham fora de bordéis.
Hoje vivemos na era da tecnologia, onde as pessoas se conhecem através de sites e marcam encontros para os prazeres da vida, não definindo sobre a doença ou uso de preservativos e além deste retrato global, os antirretrovirais dão uma “falsa” comodidade, portanto “se houver a medicação não preciso me preocupar em usar preservativos”.
No último ano, o Banco Mundial (financiador pioneiro de estudos de HIV), publicou um estudo convocando mais anônimos para exames e tratamentos entre homens gays. A taxa de Bangkok tinha aumentado numa estimativa de 21% em 2000 para 28% em 2008, onde 1/5 dos infectados estavam recebendo antirretrovirais. O receio de não se conseguir um parceiro, o preconceito e o medo influenciam na expectativa de procurar se tratar ou utilização de preservativos.
A Tailândia foi colocada pela comunidade internacional como um modelo para outros países depois de promover 100% do uso de preservativo entre os profissionais do sexo em bordéis em 1990, reduzindo drasticamente as taxas de infecções.  Mas a AIDS continua a matar. Em 2014, uma estimativa de 20.000 pessoas morreram com a doença, um número que se mantém nos últimos 5 anos. Uma proporção de 450.000 pessoas vivem com o vírus em um país de 60 milhões de habitantes.
No Brasil, apenas em 2013 foi instituída a política de tratamento como prevenção de HIV e inicia-se o uso de medicamentos antirretrovirais em qualquer fase da doença. Em 2011, foi instituída a Rede Cegonha, entre cujas ações, no âmbito do componente pré-natal encontram-se a prevenção e o tratamento das DST, HIV/AIDS e hepatites virais, com disponibilização de testes rápidos de HIV e sífilis. Em 2014, a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da Transmissão Materno-Infantil de HIV e sífilis.
Poonam Khetrapal, diretor do sudoeste asiático da OMS, acredita que a Tailândia conseguiu se tornar uma motivação para outros países ao redor do mundo, assim como para o sistema público de saúde, porque pode se ver que SIM, é possível um mundo livre do HIV.
Levando em conta que não são em todas as regiões que são realizados os mesmos procedimentos, é difícil acreditar na erradicação do vírus HIV. Por exemplo, no Brasil há uma necessidade de aprimorar o cuidado primário, sendo que somente através de exames solicitados pelos protocolos instituídos são iniciados os antirretrovirais, ao contrário da Tailândia, onde as mulheres são iniciadas com o uso de antirretrovirais mesmo com carga viral baixa. Além de outros fatores que contribuem para o aumento da transmissão pelo vírus HIV, parceiros que não aceitam o uso de preservativos, uso de drogas, múltiplos parceiros, onde a mulher mesmo gravida pode adquirir o vírus. Havendo uma prevenção primaria mais ativa, poderíamos reduzir o quadro de gestantes com HIV e evitar a transmissão vertical.

Fontes:








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