Tailândia
se torna primeiro país a erradicar a transmissão de HIV e sífilis de mãe para
filho, segundo a Organização Mundial de Saúde de 7 de junho de 2016.
A
Tailândia se utiliza de progresso para reduzir os casos novos destas patologias,
utilizando-se de exames pré-natal em quase todas as mulheres grávidas, no momento
95%, permitindo a iniciação dos antirretrovirais em casos positivos de HIV, reduzindo
a contaminação vertical.
Quantitativamente,
através de estudos realizados, a contaminação vertical caiu de 3.000 casos da década
de 90 para 86 em 2015, ou seja, 2% de contaminação entre mãe e filho.
Cuba
se tornou o primeiro país a atingir tal objetivo no último ano. Junto com a
Tailândia, Bielorrússia que eliminou a transmissão vertical de HIV e sífilis,
Armênia do HIV, e Moldova da sífilis. Mundialmente, 220.000 novos casos de HIV
em bebês foram registrados em 2012, e sífilis causaram a morte de 200.000 recém
nascidos e prematuros em 2012.
Imigrantes
trabalhadoras ou a procura de emprego, não são consideradas no quesito de
avaliação devido medo de ter preconceitos ou perder a oportunidade de prover a família
(fonte UNAIDS). Porém especialistas relatam que há aumento de novos casos de
infecção entre gays e transgêneros, é uma preocupação constante das redes
públicas, área que precisa ser melhorada simultaneamente com foco em trabalhos
com usuários de drogas e profissionais do sexo que trabalham fora de bordéis.
Hoje
vivemos na era da tecnologia, onde as pessoas se conhecem através de sites e
marcam encontros para os prazeres da vida, não definindo sobre a doença ou uso
de preservativos e além deste retrato global, os antirretrovirais dão uma “falsa”
comodidade, portanto “se houver a medicação não preciso me preocupar em usar
preservativos”.
No
último ano, o Banco Mundial (financiador pioneiro de estudos de HIV), publicou
um estudo convocando mais anônimos para exames e tratamentos entre homens gays.
A taxa de Bangkok tinha aumentado numa estimativa de 21% em 2000 para 28% em
2008, onde 1/5 dos infectados estavam recebendo antirretrovirais. O receio de
não se conseguir um parceiro, o preconceito e o medo influenciam na expectativa
de procurar se tratar ou utilização de preservativos.
A Tailândia
foi colocada pela comunidade internacional como um modelo para outros países
depois de promover 100% do uso de preservativo entre os profissionais do sexo
em bordéis em 1990, reduzindo drasticamente as taxas de infecções. Mas a AIDS continua a matar. Em 2014, uma
estimativa de 20.000 pessoas morreram com a doença, um número que se mantém nos
últimos 5 anos. Uma proporção de 450.000 pessoas vivem com o vírus em um país
de 60 milhões de habitantes.
No
Brasil, apenas em 2013 foi instituída a política de tratamento como prevenção
de HIV e inicia-se o uso de medicamentos antirretrovirais em qualquer fase da
doença. Em 2011, foi instituída a Rede Cegonha, entre cujas ações, no âmbito do
componente pré-natal encontram-se a prevenção e o tratamento das DST, HIV/AIDS e
hepatites virais, com disponibilização de testes rápidos de HIV e sífilis. Em
2014, a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da
Transmissão Materno-Infantil de HIV e sífilis.
Poonam
Khetrapal, diretor do sudoeste asiático da OMS, acredita que a Tailândia
conseguiu se tornar uma motivação para outros países ao redor do mundo, assim
como para o sistema público de saúde, porque pode se ver que SIM, é possível um
mundo livre do HIV.
Levando
em conta que não são em todas as regiões que são realizados os mesmos
procedimentos, é difícil acreditar na erradicação do vírus HIV. Por exemplo, no
Brasil há uma necessidade de aprimorar o cuidado primário, sendo que somente
através de exames solicitados pelos protocolos instituídos são iniciados os antirretrovirais,
ao contrário da Tailândia, onde as mulheres são iniciadas com o uso de antirretrovirais
mesmo com carga viral baixa. Além de outros fatores que contribuem para o
aumento da transmissão pelo vírus HIV, parceiros que não aceitam o uso de
preservativos, uso de drogas, múltiplos parceiros, onde a mulher mesmo gravida
pode adquirir o vírus. Havendo uma prevenção primaria mais ativa, poderíamos reduzir
o quadro de gestantes com HIV e evitar a transmissão vertical.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário